A menininha da mamãe sempre acreditou que era princesa de um castelo encantado, rainha de um mundo real, um mundo só dela, brincar na rua só em sonhos, foi superprotegida, foi mimadinha, acostumada mal.A razão do papai se achava uma boneca de porcelana, afinal era tratada como tal.
Quando se é filha única de um casal novo tudo é acompanhado atentamente, os primeiros passos me foram relatados com detalhes, a primeira palavra é repetida com freqüência pelos que a escutaram, um par de sapatinhos, a roupinha da maternidade, uma mecha de cabelo, tanta coisa antiga, tanta coisa sem valor material, mas minha mãe ainda guarda um dia quem sabe eu mostre pros meus filhos.Mas agente cresce, agente vê que a vida não é tão perfeita e que nossos desejos não são prioridade, ter tudo a tempo e a hora atrapalha um pouco a aceitar isso; perde um pouco a graça quando agente descobre que bater o pé no chão não vai resolver nada, perde toda beleza ser boneca quando o pai não ta mais por perto para exaltar as qualidades; agente fica deslocada quando descobre que não é mais ÚNICA, lógico que continuo sendo eu mesma e que não vai ter ninguém igual em nenhum canto do mundo,digo única razão,única princesa,filha única. Mas a pior fase já passou, eu já peguei muito na cara, já tive que me virar sozinha por que eu descobrir que meus pais não estariam comigo todo tempo para resolver meus probleminhas, eu tenho que fazer isso só, aprendi, mas chorei muito, lamentei muito.
Mas quando eu me lembro da infância eu digo que tudo valeu à pena, que eu queria bis de tudo, mesmo que com isso viesse a independência forçada e repentina.Digo até que já estou com vontades de segurar meu irmãozinho no colo, e que às vezes é bom deixar de ser o centro das atenções, te trás mais LIBERDADE e isso muito me interessa.
Larissa de Freitas
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